domingo, 25 de dezembro de 2011

O que virá?

Ontem não foi apenas um dia, foi de fato a esperança de mais 24 horas.
Deixei de lado o torpor, tentei assumir tudo como é,
senti ir mais do que posso. E daí, vivi.

Hoje não é uma realidade, é um sentimento, e a certeza de um florescer.
Encosto as angústias, vejo mais possibilidades,
enfrento o que tanto me incomoda. E daí, fluo.

Continuo porque quero, não é assim que tem que ser, mas persisto.
Atiro-me à frente, me proponho ao melhor,
cairei ainda muito, mas levanto, e caminho ao diverso.

Amanhã não farei o que pensei, pois é mais novo.
Necessitarei revigorar-me, sorrirei se quiser, chorrarei se preciso,
todos saberão a partida, e outros recepcionarão a chegada.

Depois os tempos serão outros, até que haja outros.
Um futuro será lembranças, e outro anseios, vícios, virtudes,
e me rasgará... me deixará cicatrizes, mas será benéfico.

E tudo acabará, prossigo, vi que foi bom...
Sinto o quanto aproveito, o quão foi interessante.
Agora passou.

domingo, 18 de dezembro de 2011

É apenas isso

“Olá,
Tem alguém aí?”
Assim começa a música 'Comfortably Numb' do Pink Floyd,
mas respondendo a pergunta, não... não há ninguém.
Meu ser está desfeito.

Estou me negando, e curtindo o meu ser bêbado, chapado.
Você leitor, não entenderá,
pois me sinto um lixo por ter feito uma mulher esperar.

Entretanto, espero que ela seja mais mulher,
do que eu sou homem, e não tenha se importado com minha ausência.
Pois você, não entenderá.

O que sinto, é incompreensível,
e você, apático, continuará a não entender.

Porque minha dor, existe...
Minha febre, arde.
Minha mente,age como eu não quis, o que não quero,
e retrata o que não existiu.

E se você, além de tudo, entendeu,
sinta-se como lixo...
sua presença é desnecessária,
torpe.

Me entorpece ainda mais,
lhe mostro a realidade e você...
Ri de tudo isso, me deixa,
porém eu... continuo.

Eu na verdade, não sei para onde ir,
me sinto bem assim.
E assim eu vou para o nada,
diante da apreensão, da mentira e da verdade.

Verdade que dói,
estoura meu coração de mágoas,
minha mente já inexistente, flui como o passageiro.
E flui, afinal tem que fluir.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Parabéns

Do viver estamos desfrutando,
a caminho do nada.
O nada desfruta mais do viver...
Enquanto isso caminhamos.

Daí vamos ao deslumbre,
a ilusão do meu sonho.
Sinto a pele, admiro os olhos.
Ouço sussurros, e toco os lábios.

Daí vamos a realidade
o despertar depreciativo.
O atraso, e a perspectiva concreta.
O eu tão longe, de ser... de você.

Então vamos ao fim,
mais um ano.
Eis o parto, o suspiro.
Parabéns.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Eu sou a Mentira

Confesso que não sou interessante.
Não sou o novo.
O que me resta é uma tragada do cigarro, e um gole do vinho.

Assumo que sou o necessário.
Mas sempre intolerante ao que...

Eu sou o sem vocabulário, o senso comum.
A insanidade do domingo, diante da televisão.
O benéfico no fim do mês.

Me acho em uma bandeira,
levanto as mãos para o céu.
Rezo e tudo continua.

Porque é fácil, é difícil.
É estagnado...
Mas é belo.

Assim vou, diante, e defronte a tudo.
E todos.
Pois sou... fui.
Sempre serei: A mentira.

A sua mentira.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Carta

Olá Traidor,

Agradeço por me enganar, foi por você que eu comecei a analisar determinadas coisas com mais cautela.
Você, mesmo não sabendo, extraiu algo muito interessante de mim, do qual ninguém o faria tão bem, e isso fomentou meu vigor, minha sagacidade.
Para você, desejo que continue assim, pois outras pessoas ainda aprenderão mais e obterão mais do que eu obtive de experiência.
Sem muito a complementar, o que acho mais interessante e que vale ressaltar, é quando estive vislumbrado nas suas mãos, considerando-o detentor de tudo, me considerava inultil. Hoje em cada etapa que driblo mais um do seu tipo, e me retenho novamente em outro, vejo que não é nada.
Ultimamente, tenho que confessar, acho que o destino de muitos é conviver com você. Mas o que importa é quem não compartilha do mesmo caráter medíocre, pois poderá lhe olhar para trás sendo apenas mais um passado.

E assim que venha o próximo. Quantas vezes necessário darei um passo para trás, para posteriormente lançar-me dois à frente, de modo que o impossível não existe apenas demora mais um pouco.

Sem mais,
Áriston Cassimiro da Silva.

sábado, 5 de novembro de 2011

Não é nada de mais

Acho estranho a necessidade das pessoas, e seus anseios.
Necessitam amar, anseiam dominar.
Necessitam conviver, anseiam repreender.

Partem para o viver, entregam-se, mas estragam.
Partem para o pensar, integram-se, mas distorcem.
Partem para o poder, ajudam-se, mas marginalizam.

Olham, falam, choram...
olharão, falarão, chorarão.

Minha concepção não faz mais parte disso,
apenas a minha carne.
Arde, e sofre.

Mas hoje é diferente, abstraio-me, fecho-me.
E assim sigo, na pugna como ele, iludido,
fraco, despretensioso, apenas com as marcas de uma paz.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Tanto e no entanto

Porque insanidade é um esteriótipo.
A loucura é o complemento da vida.
Em meio de estranhos me componho, driblo...
e observo como grande admirador de tudo e todos.

A mentira é a adversidade,
impossibilidade...
mas verdade - que não assumimos.
Pois a verdade é que a mentira é ótima.

O ponto é dois,
porque como Clarice Lispector,
é assim que tudo vai, tudo flui,
fluir...

E você...
Você não entende, está em coma.
Não sente, pois é frigido.
Ah... ser humano.

Há tanto e no entanto é isso...
é tudo isso.

domingo, 28 de agosto de 2011

É assim...

Vida estranha de repente tudo acontece.
Vida tacanha, onde todos esquecem...
de principio, de si.

Vida rotineira onde o apesar é o que sobra.
Vida passageira, lembrar do passado
que vem e já foi.

Apesar de tudo e todos,
a vida continua.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O tentar

Hoje eu sou aquilo que não foi,
o adverso, o inconstante, a bruma que precede o transtorno.
O peso que desequilibrou, a indiferença que fez, ou não fez.
O primário que atropelou o secundário.
O fim com o meio, sem o começo.
E amanhã...

domingo, 22 de maio de 2011

Verdade

Acaba o musica do rock estadunidense, o cigarro... 
acaba tudo. 
E eu? Estou aqui pensando em você, 
nele, nela, em mim. 

A antena na Paulista me serve de guarda-costa.
E a mentira 
já não é mais verdade. 
O beijo está longe, 
o abraço perdido, 
a saudade acaba.

Ele me vem a cabeça; 
o contexto me cega.
A vida continua, 
na mesa, no sofá, 
na cama. 

O cigarro acaba...

domingo, 8 de maio de 2011

Acordei...

“Como diz Karina Buhr "[...] Vira pó, só [...]" e de fato...
Todos dormem, eu me contento com minha cerveja comprada no mercado 24 hrs. a uma quadra de distância do apartamento. A satisfação me consome, e de certa forma, às vezes eu sinto que não me contenta. O labor se representa vigente, dois registros na carteira e uma grande ironia.

A piada do dia se instaura ao passo que me vejo no espelho, e o que consola é estar vivo. A mediocridade entrega a verdade à hipocrisia, e a hipocrisia não sabe o que fazer em posse disso. A realidade conversa com o virtual, e o surreal observando tudo se sente superior, pois ele está entregue ao maior, mas o ser não o considera.

É... que bom é dormir e sentir-se em um sonho. Seria o sonho um déjà vu? Este reflexo do que já aconteceu seria...
E o que seria?”

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A excursão

Eu confesso que eu queria ir. E queria ter beijado...
eu também confesso, queria ter gastado, tomado, sentido, olhado.

Eu confesso que queria ter achado. E explorado cada vez mais...
eu também confesso, queria ter segurado mais vezes a mão de minha mãe e meu pai.

Eu confesso, queria ter me importado mais e que em outros momentos nem atenção ter dado...
eu também confesso, queria ter descansado mais e em outros momentos usufruído de minhas energias, até o último passo.

terça-feira, 5 de abril de 2011

É... difícil

Este banho me fez refletir.
Da forma que você, vocês, não...
nada, até então, se conclui,
mas pensei bastante.

Eu estou cansado de insistir.
Analisar e obter apenas um quinhão.
O banho flui.
E (risos) o "sustentável" é incessante.

É generalizado que o ir e vir
se faça no bordão
do açoite que se institui,
sem lazer, preponderante.

E no aqui me perdi ao pedir
a todos que estão,
todos de tudo que passam, e decidi...
Acho melhor tomar um livro da estante.

quinta-feira, 31 de março de 2011

0+1

O que foi criado?
Eu vejo o inesperado,
sem esperança.
Não vejo mais Deus com olhar de criança.

O que é feito?
O desrespeito,
da condição humana.
E neste atoleiro, afundo, e apenas deslumbro mais lama.

O que há espelho?
Me trás o defeito,
da face desfigurada.
Me sinto degradado, infame, sem almejar mais nada.

O que sou eu sociedade?
Lhe garanto que, sem idoneidade,
perplexo e adverso.
Caminhando, galgando um rumo sem estrada.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Apenas o então

Oh... essa noite,
bela, encantadora,
expele uma magia
que por sinal meus olhos não veem.

A noite que trata,
explora, demonstra,
e me dá...
que por sinal minhas mãos não recebem.

Aqui, estagnado no portão
olho a rua do subúrbio,
fito o orelhão quebrado,
sinto-o, mas não diante do seu grito de pane.

Clamo, clamam, e clame...
todos em um imerso deslumbre
na metrópole tardia,
e todos... esperançosos pelo novo dia.

Hoje

Estou infecto,
infecção de "o amor a pátria",
e perdido ao encontro.

Estou divergindo
de um parâmetro,
onde não sei o que é começo.

O final é oculto,
e manter os morais...
jaz a moral.

Sou torpe,
e o que me entorpecia... sem efeito.

...

Estou como humano
e minha sapientia não faz direito.
E agora?

quarta-feira, 16 de março de 2011

À noite

Eu, e meu cigarro na calada,
da noite...
porque Braudel nem citou,
Foucault talvez imaginou.

Eu, e meu cigarro na calada,
da noite...
porque Rabelais nem sabia,
Lessing talvez entendia.

Eu, e meu cigarro na calada,
da noite...
porque Homero nem tentou,
e Heródoto talvez propiciou.

sábado, 5 de março de 2011

Cotidiano

"Boa noite minha amiga, nos falamos amanhã. Beijo."
É com grande alegria que eu falo com ela, pessoa especial que apareceu em minha vida, e me ajuda muito aqui na cidade doida e bela: São Paulo. De repente um puxão em minha bolsa, anteriormente já ouvia um transeunte cantando um "funk" e logo veio a sensação, "eu serei assaltado", é, de fato esse puxão em minha bolsa...  eu queria conseguir descrever este assalto, mas estou fatigado, sem animo. Mas deixo o seguinte, algo que sempre falo, não sei se criei, ou ouvi de alguém, eis: "A necessidade não faz o ladrão, faz mais um trouxa na sociedade"

Supressão, submissão, decadência, degradação, sentir-se um lixo, ou melhor mais um produto no mercado de trabalho; transformar-se, adaptar-se, e ver que nada muda, o medo, ó... o medo. Glorificar-se... como ser-humano. Quanta importância, não?

quinta-feira, 3 de março de 2011

Agora já era...

O inicio:
"Maybe in another life
I could find you there
Pulled away before your time
I can't deal it's so unfair
(...)

And it feels
And it feels like
Heaven's so far away
And it stings
Yeah it stings now
(The) world is so cold
Now that you've gone away
Gone away, gone away, yeah yeah yeah yeah yeah
(...)"

(Gone Away, The Offspring)

O meio:

Dou inicio deste escrito com essa música, eu queria tanto te contar como é a vida em São Paulo, como eu conheci o Copan - que tem uma rua com o nome de minha cidade natal, Unaí -, não dá mais. A vista - que o paulistano não admira - do terraço Itália é maravilhosa, omnipotente.  Isso não é a tentativa de lhe evocar, do contrário é só um desabafo. Espero, e tenho quase certeza que você não verá nada disso - e que assim seja -, pois ao término merecemos o descanso, a paz. Aqui acontece tudo e nós vamos enfrentando, mediocrizando-nos, convivendo... c´es la vie.

O fim:

Mas de tudo não posso também clamar por nada, me instauro como um infame, sem o infante que em outrora teve. Hoje, o presente não é mais deslumbrante, o prêmio não é mais agraciado, o suvenir é desprezado.


O adendo:

Agora já era...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Então... o que é?

É fato o que comemos?
Fruta: banana, mamão;

vitamina, leite de soda cáustica com água oxigenada.

É fato o que vivemos?
Mediocridade, exclusão
e aquele apontando a mão, armada.

É fato o que sentimos?
amor, paixão,
posse, e uma relação ilusória que não remete a nada.

É correto que falemos...
demagogias e enganação,
e assim você diante da sociedade, perdido na estrada.

É correto que olhemos...
a aculturação por conta do estrangeiro, abandono da população
e assim uma nação extirpada.

É correto que ouvimos...
o estridente som em vão,
uma voz em transtorno e deturpada.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Eis o bem-aventurado contemporâneo


Aquele que o domingo
satisfaz em uma tarde
sentado diante da televisão.

Aquele que sorri
diante da tragicomédia
em ver o patrão.

Aquele que a propaganda
lhe acomete,
e ofusca a visão.

Aquele que contenta-se de ócio,
falta de perspectiva
e submissão.

Aquele que já vislumbrado,
perdido, olha para o céu
e profere Deus apenas como mais um jargão.