domingo, 8 de dezembro de 2013

Algo

E daí tudo ficou simples.
O vento, eu sentia tudo,
bem como a vida em que eu vivia.

Os passos para onde eu caminharia,
as pessoas que eu encontraria...

Não foi por nada, ou
por ninguém.
Mas de fato, o tudo
e o próximo alguém
sentiram-me ao lado,
sentiram a minha presença.

Pois o ponto não é onde estou
ou ir além.
É um sentir, contudo,
é um ir... é um vem.
Ah... o que é o passado?
Tempo linear, o eu dispensa.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Medo

Desculpe-me, mas a partir de
agora é: não mais.
Os caminhos guiados por você
estão sem rumos. E tão pouco você é
o condutor.

Fardos deixados,
e cada um a mais, eu
pesado, sou olhado por ela,
certa de companhia eterna.

Ao espelho,
o eu me mostra que
no próximo passo uma das partes
da escolha é diante de você
não mais ao lado.
A Frustração tão pouco
me terá mais olhares.

Tudo foi,
porém, eu mesmo.
E continuará sendo.
Mais completo,
mais feliz ou mais triste,
mais iluminado de um sol
ou de um céu nublado.

Mais diverso com infinito ou
rotina; e sem...

domingo, 17 de novembro de 2013

Dela

E se a todos resta a esperança,
já não me resta nada...
tenho plenamente em mim
o acreditar.

E acredito que as palavras
estarão em seus olhos.
Nos sussurros ecoando de seus lábios leitores,
os seus ouvidos se atentarão.

Não importa mais o tempo,
tudo está perdido
diante dessa vitória mentida.

Então as verdades lhe acolherão,
não haverão arrependimentos,
não bastarão e tão pouco se satisfará,
senão apenas o todo
viver.

Os sentimentos serão sentidos,
os passos dados, e enfim,
a partir daqui, tudo...
simples.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

507

Olhos desatentos ao panorama,
focando no sol em despedida.
Olhos, já não me veem mais, nenhum...

Aquele monumento foi tão
pequeno, quanto grande.
Houve quem acreditou nele,
houve quem sonhou nele,
houve deslumbres.
E houveram passos,
despedidas...

Apenas até algum ponto
e parou,
não há desvanecer.
E foi sentido, cada metro quadrado.

Tudo desmoronou,
e assim era para ser,
restando...
o eu.

Elas e eles
já não estão mais ao lado.
Tudo é tão movimento e
maravilhoso.
Ainda, em cada um tem pensamentos,
aquilo não passou.

Não que tenha de ficar, passará,
mas é memória de alguém e foi vivido.
E se ocorreu momentos que se ofuscaram,
de qualquer maneira, outros foram brilhantes,
mesmo sendo difíceis de lembrar-se ou ressaltá-los...
houveram.

Mais uma passageira, mais um passageiro,
mais outra pessoa,
mais outro sentimento, mais outro passo,
mais outro concreto, mais outro imóvel...
mais um número.

domingo, 14 de julho de 2013

Sentimento

Não há mais,
nem a mais.
É algo, que
apesar de buscas,
nunca terá porquê.

Porque é infinito.
Não falta, não é raso,
nem excede, nem transborda.

É prosa solta,
caminhada tonta,
narrativa sem fim.
Trilha vivida,
ansiedade contida,
espelho sem mim.

Um passageiro,
do qual
objetivo não existe,
é apenas palavra,
sem conceito algum.

Há conceito?

Nada... está muito além
deste pesar necessário ou
até obrigatório.

É linha circular,
reta, indeterminante.
Sem verdade, critério ou
mentira...

terça-feira, 25 de junho de 2013

Imaginação

Distrai e imagina,
e diga se não vale a decepção,
que vai e gira
no nosso coração.
Que se destina
a isso, que sai pela boca
para uma explosão ao mundo.

Saber que em algum lugar
dois mais dois são infinitos
e quatro ficou pra lá de atrasado...


e é latente,
arde ilimitadamente.

Sem contenção, repressão,
apenas um algo instavelmente
seu.

Contraponho-me e me dou risos,
pois se a vida lá fora é
como ela é,
então que seja mais.

Uma surpresa
para você.
E um imaginado,
que tenha um pacote
entregue
e nas suas mãos se perca
cada pedaço.

Saber não é,
passou faz muito tempo.
É um talvez,
de nunca
e de será.

Pois, ao menos
não vale na cabeça?
Sentirá...
e aí, nem em algum
momento sentiu?

Me faz lembrar
e até por bem
reafirmar.

Prefiro - ao menos - assim!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Vida

Sim, não sei o que acontece,
tão pouco o que me atrai...
É apenas algo muito maior:
são/serão revoluções, são/serão amores;

Você não sentirá.

Aperta e ao mesmo tempo
liberta um meu coração, que
anseia por mais.

E de você, não
quero,
senão
eu mesmo.
Assim será, seja na autoafirmação,
diante do sentimento mais degradante do meu eu,
quanto pelo diverso...
mas que seja!

É a busca que eu quero.

Que haja vida
no que eu proponho e
me proponho a fazer,
por sua vez: viver.

Se você olha,
ou não,
então que seja independente
do seu acordo e o comum.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Inconsciente

Eu rio em um ônibus sem
conhecer seu próprio trajeto:
o balanço das ruas.
E sinto...


Mas agora já sem sorriso
e em qualquer lugar,
eu despreocupado
encontro um nada com tudo.


É no meio, senão direita e esquerda...
mas ainda sim descompromissado.


Há horas, e perante elas, daqui a pouco eu me vou
e voo, voarei à experiência nova,
na beira do eu.


Se é pretérito ou futuro...
não a encontrarei, e
já é evidente o distanciamento.
O presente é apenas
um capricho.


Como canta "Quartos de hotéis são iguais
dias são iguais
os aviões são iguais
meninas iguais[...]"*
E então o que falar sobre o dia?


O botão daquela camisa que está aberto,
o olho claro daquela esposa ao telefone,
aquela conversa fiada ao meu lado, amarrada de interesses.





*Brasília, Os Paralamas do Sucesso

sábado, 2 de março de 2013

Passageiro

Mas houveram noites em que o sonho
não me ocorreu,
dias em que os passos não procederam,
as tragadas dos cigarros me incomodaram, e
o gole da bebida foi chato.

Houve, então, noites em que as nuvens me encantaram,
os sonhos se afloraram,
aqueles olhos me levaram ao infinito,
os dias foram sentidos com diversos sentimentos,
e os cigarros, assim como as bebidas, foram curtidos.

O eu olhava o vento, respirava as ruas,
ouvia o concreto e tateava os barulhos.
O ódio, a tristeza, foram sentidos,
assim como,
o amor, a felicidade,
e além de sentimentos,
o deslumbre como um
prisma.

E passou,
sem pesar, sem dor;
uma leveza grandiosa se
manteve, e
ficou.

E passará,
mas saber que houve
é o bastante e
me transborda em eminência, dando
ao espelho
o amanhã.

Então que passe...

domingo, 13 de janeiro de 2013

Faço

para mim.

E a distorção bela
me alegra a ponto de me completar.

Mas acabou, não há.
Apenas um infinito
chamado de esperança.

De inicio, há nada.
E sem ilusão ou com muita,
ausência de discernimento
do porvir.

Há mar...
além. E
assim espero do sentimento;
algo improvisado, inesperado
e impossível de se descrever.
Sentido e vivido,
um futuro.