segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Lucidez?

E se eu não tivesse feito as perguntas erradas?
Minhas andanças, se não fossem desviadas?
Minhas perspectivas, se não fossem deslumbradas?

Meus anseios, se não fossem diversos?
Meus pensamentos, se não fossem dispersos?
Meus passos, se não fossem incertos?

Eu quero o minuto infinito,
as horas arrastadas como o ano.
E daí?

Se meu cimento é torto.
Se meu papel nem sempre tem escopo.
Se meu ser desagradável pode ser um estorvo.

Quero que meu saber seja burro, ingênuo,
sem noção, sem nada...
diferente de você: concreto;
para que nossa ideia não seja compartilhada.

E que meu norte me aponte
ao inverso, sem tino, sem nexo.
Ao menos perdido, sempre haverá algo novo
e bem longe do seu previsível.