sábado, 20 de outubro de 2012

Nem existiu

E assim, ela apareceu
repentinamente no meu andar, no meu buscar a encontrei.
No seu olhar me encantei,
me vi em um mar infinito... um brilho,
que me estagnava como um admirador sem hora e nem compromisso.

Cidade maravilhosa, mulher encantadora.
Eu, desbravador de uma noite,
e daí houveram noites sem fim.
Coração e sangue, ao lado de uma mulher de concreto, aço, bosques e céu.
Vivendo na cidade de pele, osso, seios e mãos.

Indescritível, caminhos diretos ao deslumbre do impossível.
Daquele toque... restou toque e o último beijo.
E a cidade floresceu, desmembrou-se,
avenidas tomavam a mulher,
que seguia fluente, cedente, e cedeu...
a avenida ficou pequena, torpe, sem cor,
naquele emaranhado de prédios, já não há mais luzes, apenas o opaco.

E para a avenida partiu,
a estrada a consumiu e sendo pequena,
então ao voar: mundo.

Eis, então, o resto que ficou.
Contento-me, diante da mentira de um alguém,
de um ser visto.

Visão incoerente, e dispersa do que me consideram.
Afinal, e por fim, nunca considerarão o que há de fato,
o que arde, o que se sente: um coração, só.